Somente dois vereadores ficaram a favor dos rodoviários

Os vereadores, durante a sessão da Câmara Municipal no dia 11 de setembro, rejeitaram o projeto de lei que buscava proibir a dupla função de motorista/cobrador nos ônibus do transporte público municipal. Apenas os vereadores Iduigues Martins e Clodoaldo Aparecido de Moraes, ambos do PT, apoiaram o projeto, ao lado dos trabalhadores rodoviários e da população que utiliza o transporte público coletivo. A rejeição foi baseada em um parecer estranho da Comissão Permanente de Justiça e Redação, que considerou o projeto inconstitucional, embora projetos semelhantes tenham sido aprovados em outras cidades, cujos vereadores têm compromissos com a população.

Iduigues Martins, ao defender o projeto que abolia a dupla função, ressaltou durante a sessão que "a Câmara Federal acaba de aprovar um projeto que proíbe a dupla função em todo o território nacional. Estamos em descompasso com outras esferas". Ele também mencionou que "a cidade de São Bernardo do Campo acaba de aprovar uma lei de autoria da Câmara de Vereadores, o que mostra que o projeto não precisa ser de autoria do Executivo. Vamos, novamente, perder a oportunidade de ser vanguarda".

O autor do projeto, o vereador Clodoaldo Aparecido de Moraes, repudia o parecer da Comissão Permanente de Justiça e Redação, formada pelos vereadores Juliano Abe, Jean Lopes e Odete de Sousa, que declararam a inconstitucionalidade do projeto. Clodoaldo manifesta sua insatisfação e afirma que "todos os projetos que vão contra determinados interesses na cidade são imediatamente declarados inconstitucionais para evitar debates". Ele sente-se traído pelos membros da comissão, destacando que havia um compromisso de aguardar seu retorno para discutir detalhes do projeto e mobilizar a sociedade e a categoria rodoviária para acompanhar a votação, mas esse compromisso não foi cumprido, agindo sorrateiramente durante sua ausência.

Segundo Clodoaldo, a cidade perde com a redução do emprego, o agravamento do problema de trânsito, os itinerários dos ônibus mais demorados, a obrigatoriedade dos motoristas em exercer a dupla função e, em alguns casos, desligar o veículo para auxiliar cadeirantes, além de trabalharem com maior estresse. O vereador denuncia que os empresários do transporte são os beneficiados, tendo aprovada a isenção de R$3 milhões por ano de ISS para manter o valor das passagens, lucrando ainda com a redução da mão de obra, enquanto a população arca com todas essas consequências.

Diante disso, a direção do Sindicato recomenda aos rodoviários(as) que estejam atentos na hora de votar, destacando que os vereadores de Mogi os traíram, ficando ao lado das empresas de transporte e contra os trabalhadores. Apenas os vereadores Iduigues Martins e Clodoaldo Aparecido de Moraes, ambos do PT, permaneceram ao lado dos trabalhadores.

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