Dia Internacional do Trabalhador no Brasil será de luto!

Dia Internacional do Trabalhador no Brasil será de luto! O 1º de Maio é um dia de luta pela ampliação de direitos da classe trabalhadora e de reflexão sobre os direitos conquistados pelos trabalhadores de todo o mundo. A história que se tem registro começa em 1886, quando trabalhadores de Chicago (EUA) fizeram uma greve geral para reivindicar a redução da jornada de trabalho de até mais de 16 horas diárias para 8 horas. Com objetivos claros de reprimir os manifestantes, a polícia entrou em confronto. Dezenas de trabalhadores foram feridos e alguns mortos. Anos depois, vários países reconheceram a data como feriado, entre eles o Brasil, a partir de 1925.

Devido a inúmeros acontecimentos desagradáveis ocorridos no país neste ano, como o Ajuste Fiscal com Medidas Provisórias (MPs 464 e 465); aprovação da Lei 13.103/2015 (Lei dos caminhoneiros) que descaracterizou a Lei 12.619/2012 (Lei do motorista); recentemente a aprovação da Lei 4330 (lei da Terceirização), a classe trabalhadora brasileira está de luto e não tem motivos aparentes para festejar ou comemorar esta data com glamour. Na Europa, a terceirização é chamada de "brasilização" do contrato de trabalho. O país tem aproximadamente 12 milhões de terceirizados. Essa modalidade de contratação não cria empregos. Onde trabalham três funcionários com jornada regular, com a terceirização trabalham dois com salário 30% mais baixo e jornada de trabalho mais longa. No dia da votação, foi negado aos dirigentes sindicais não só o direito de denunciarem os prejuízos com a aprovação da terceirização, como também foram impedidos de acompanhar a votação. Mesmo com a aprovação do PL 4330 pelos deputados, a luta continua no Senado Federal. Essa disputa é longa e, se preciso for, uma greve geral deve acontecer no país para mostrar a insatisfação dos trabalhadores com o desmonte de seus direitos trabalhistas. Seus salários são mais baixos, especialmente na base da indústria e dos serviços; não têm direitos trabalhistas assegurados por Lei - caso a prestadora de serviço perca o contrato – não qualificam a mão de obra, fator que contribui para aumentar os acidentes de trabalho. Penso que esta é a maior derrota aplicada à classe trabalhadora desde o Golpe de 1964. Acredito e defendo que o movimento sindical precisa adotar uma política mais contestadora. Precisa usar seu aparato como espaço para se travar batalhas em busca da hegemonia política em benefício da classe trabalhadora. É preciso incinerar as leis antidemocráticas que impedem os trabalhadores de lutarem por seus direitos.

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